Açafrão da região de Mara Rosa, em Goiás, é o primeiro do país com indicação geográfica

A região do município de Mara Rosa é a primeira do estado de Goiás a ter indicação geográfica (IG) – selo conferido a produtos ou serviços característicos do seu local de origem, o que lhes atribui valor intrínseco, identidade própria, renome e os torna mais competitivos no mercado. Com apoio da Superintendência Federal de Agricultura de Goiás (SFA/GO), a Cooperativa dos Produtores de Açafrão de Mara Rosa (Cooperaçafrão) obteve o registro de IG, na modalidade de indicação de procedência, para o açafrão (Curcuma longa). O açafrão goiano é o primeiro do país a conseguir a IG.

“A expectativa é que o selo venha agregar valor ao nosso açafrão”, diz o presidente da entidade, Arlindo Simão Vaz, ao se referir ao registro concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) no início deste mês. O desafio agora, acrescenta, é fazer parcerias para formar uma rede de distribuição capaz de levar o produto a supermercados e outros estabelecimentos comerciais. Hoje, o açafrão da região de Mara Rosa é vendido em pequenas embalagens apenas no comércio local.

O IG para o açafrão – planta usada como condimento na gastronomia e pela indústria farmacêutica – é o resultado de 10 anos de trabalho entre o Mapa, Cooperaçafrão, Emater, Universidade Federal de Goiás (UFG), Sebrae e governo de Goiás, assinala o fiscal agropecuário Rodrigo Batista de Paula, da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da SFA/GO. Ele e a agente de atendimento agropecuário Maria Aparecida Pereira da Silva cuidam da área de indicação geográfica do Mapa em Goiás.

Procedência

A área com a indicação de procedência do açafrão inclui, além de Mara Rosa, Estrela do Norte, Amaralina e Formoso. Os quatro municípios ficam no norte goiano, entre Uruaçu e Porangatu. “A gente espera que essa conquista também contribua para alavancar o desenvolvimento regional e sirva de estímulo para novos projetos de IG em Goiás”, observa Rodrigo.

A busca pelo registro de IG foi a forma encontrada pelos agricultores para proteger a procedência do açafrão produzido na região de Mara Rosa, destaca o presidente da Cooperaçafrão.  Atualmente, acrescenta, cerca de 200 hectares são destinados ao cultivo da planta na área delimitada com indicação de procedência. Os 72 cooperados da entidade colheram em torno de 200 toneladas este ano.

De acordo com Rodrigo, a indicação geográfica só poderá ser utilizada pelos agricultores da região delimitada que sigam as normas técnicas de produção e beneficiamento estabelecidas no regulamento de uso. “Eles poderão exibir o selo no seu produto, evitando, assim, que outros produtores de açafrão não incluídos na área delimitada usem o nome geográfico irregularmente.”

 

Fonte: Ministério da Agricultura