Identificação Geográfica concedida à cachaça de Abaíra atrai investidores

A Identificação Geográfica conquistada pela cachaça de Abaíra no final de 2014, já está gerando resultados positivos. Empresas de outros estados, atraídos pela qualidade e credibilidade que o produto possui, demonstram interesse em comercializar a aguardente em grande escala, e alguns empresários já procuram a Associação dos Produtores de Aguardente de Qualidade da Microrregião de Abaíra (Apama), visando implantar agroindústrias na região. “Dois empresários, por exemplo, já especulam a possibilidade de implantar uma fábrica de licores na região. Eles foram atraídos pelo status de IG, que garante à cachaça o reconhecimento de sua reputação, qualidades e características que estão vinculadas à região onde é produzida, garantindo maior credibilidade, a conquista de novos mercados e a atração de agroindústrias para região, o que dinamiza a economia local, e gera emprego e renda”, explicou o presidente da Apama, Evaristo Carneiro.

De acordo com Carneiro, o próximo passo será a criação do Conselho Regulador, programado para acontecer em reunião marcada para o início de maio. “Esse conselho será criado para implementar e conduzir ações com objetivo de organizar, fiscalizar e formalizar a produção na região. O grupo será formado por reapresentantes de instituições do governo, associações de produtores e entidades técnicas vinculadas ao segmento”, disse.

Para o engenheiro agrônomo e secretário executivo da Câmara Setorial da Cana-de-açúcar, Nelson Luz, “a conquista do IG foi um grande passo, mas é a implantação do Conselho Regulador que vai potencializar os efeitos desse importante status já conferido à cachaça. A regularização vai inibir a produção clandestina, a ação dos atravessadores, além de garantir à população o consumo de um produto de qualidade, adequado às normas de fabricação e comercialização exigidas”. Ele reforça que “o conselho deve ser formado por entidades como o Mapa, Sebrae, Vigilância Sanitária, Anvisa, Ministério Público, secretarias da Agricultura, Saúde e Fazenda, e produtores rurais organizados, comprometidas com todo o processo de produção da cachaça, desde o cultivo da cana-de-açúcar até chegar ao produto final”, ressaltou o agrônomo. Ele chama atenção para a necessidade da difusão de novas tecnologias, destinadas ao aumento da produtividade no segmento, através do envolvimento de órgãos de pesquisas, a exemplo da Embrapa. Todas as ações no setor são estimuladas e apoiadas pela Secretaria da Agricultura do Estado (Seagri).

Os produtores da região se recuperam dos efeitos da seca que assolou o Nordeste entre os anos de 2012 e 2014, e dizimou aproximadamente 70% dos canaviais da região. “As chuvas que caíram na região no final do ano passado reacenderam a esperança dos produtores de cana”, destacou Evaristo Carneiro.

Identificação Geográfica

A Identificação Geográfica é conferida aos produtos ou serviços característicos do seu local originário, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de diferenciá-los dos similares disponíveis no mercado. Esses produtos são reconhecidos pela qualidade única em função de recursos naturais como o solo, a vegetação, o clima e o saber fazer (know-how ou savoir-faire). Desde 1998, o reconhecimento concedido pelo concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), vem sendo buscado pela Cooperativa dos Produtores de Cana e seus Derivados da Microrregião de Abaíra (Coopama), a Apama e pela Seagri.

 

Fonte: Ascom Seagri