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Café da Região do Cerrado Mineiro

O café produzido no Cerrado Mineiro resulta de um terroir influenciado pelas características exclusivas da região, que possui perfeita definição das estações climáticas, com verão quente e úmido e inverno ameno e seco. Solo, clima, variedades plantadas e sistemas de cultivo conferem identidade única ao café do Cerrado Mineiro.

Com altitude variando de 800m a 1.250m, temperatura entre 18°C e 23°C e índice pluviométrico de 1.600 mm por ano, a região é livre de geadas, uma das principais ameaças aos cafezais de outras regiões produtoras. Sua topografia plana favorece a mecanização das lavouras, cujos principais diferenciais são as floradas intensas e a maturação uniforme dos grãos, que permite a colheita concentrada.

Procedência
Registro IG 990001 INPI Denominação de Origem/2013 
Área Geográfica Delimitada: 155 mil ha (55 municípios da região Noroeste de Minas Gerais)
Altitude: de 800m a 1.300m

Características sensoriais

Os aromas intensos, com notas que variam do caramelo a nozes, a acidez delicadamente cítrica, corpo moderado a encorpado e sabor achocolatado de longa duração, são as características do café produzido na região.

O Café da Região do Cerrado Mineiro conquistou a Indicação de Procedência, do instituto nacional de Propriedade industrial (INPI), em 2005 e a Denominação de Origem em 2013. O produto é garantido pelo Selo de origem e qualidade da Região do Cerrado mineiro, que atesta a origem do café produzido, ou seja, na área demarcada que abrange 55 municípios da região noroeste de minas Gerais.

O café da Região do Cerrado mineiro obedece a um programa de avaliação de conformidade com o processo de certificação da propriedade produtora de café que avalia as boas práticas agrícolas, a responsabilidade social, a rastreabilidade e o respeito ao meio ambiente.

O selo também garante a qualidade mínima do produto, que deve atingir 75 pontos, conforme escala da Associação Americana de Cafés Especiais. os lotes de café seguem para armazéns credenciados, onde são classificadas as características sensoriais e emitido um laudo. Em seguida, é expedido um certificado e cada saca de café recebe um lacre e um código de barras que pode ser rastreado.

Valor compartilhado

“Café produzido com Atitude — ético, rastreável e de alta qualidade” é o lema dessa associação de produtores, organizados na Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que reúne seis associações e oito cooperativas. Para eles, o “café de atitude” deve gerar “valor compartilhado” para todos os envolvidos. é papel da Fundação do Café do Cerrado atuar na geração de valor ao café para toda a cadeia produtiva. A Indicação Geográfica concedida pelo INPI protege e distingue o produto no mercado mundial.

 

Informações
Federação dos Cafeicultores do Cerrado
Endereço: Rua Rio Branco, 231 | Cidade: Patrocínio/MG | CEP: 38.740-000
Site: www.cerradomineiro.org
Tel.: (34) 3831-2096
Email: comunicacao@cerradomineiro.org

 

Fonte: A Lavoura Nº 699/2013

Vinhos do Vale dos Vinhedos

Em novembro de 2002, os vinhos e espumantes do VALE DOS VINHEDOS se tornaram os primeiros produtos brasileiros com INDICAÇÃO GEOGRÁFICA (IG) — modalidade Indicação de Procedência (IP). Em setembro de 2012, quase dez anos depois, o INPI anunciou que eles terão a “Denominação de Origem”, tipo “mais valioso” da IG, assim como os vinhos mais famosos do mundo.

O Brasil já possui sua primeira Denominação de Origem (DO) de vinhos e espumantes, modalidade mais complexa e valiosa de uma Indicação Geográfica (IG). A luta por essa conquista foi encabeçada pela Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), criada em 1996. De lá para cá, o sonho da DO sempre acompanhou o trabalho da entidade, ganhando força em 2010, quando o pedido foi oficializado. Em setembro de 2012, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) deferiu o pedido de registro de DO para o Vale dos Vinhedos.  A decisão foi publicada no Registro de Propriedade Industrial (RPI) 2175.

Terroir

O terroir dos vinhos do Vale já é reconhecido, graçasaosparâmetrosde qualidade aplicados pelas vinícolas a partir da certificação da Indicação de Procedência. A DO, por sua vez, representa a evolução deste padrão, levando a público o potencial e a maturidade produtiva das vinícolas do Vale dos Vinhedos. O presidente da Aprovale, Rogério Carlos Valduga, destaca que a conquista da DO vem fortalecer ainda mais a identidade dos vinhos elaborados no Vale dos Vinhedos, reconhecida desde 2002, quando os vinhos e espumantes das vinícolas que integram o roteiro foram os primeiros produtos brasileiros a obter uma Indi- cação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência (IP).

O registro da DO evidencia diferenciais que demonstram que o produto é patrimônio regional, com normas que preservam a sua identidade. Com a conquista, a perspectiva de obtenção de vantagens é ainda maior, tanto por parte dos produtores quanto dos consumidores. Além disso, a DO também atua no controle da qualidade da produção, desde o plantio das uvas, passando pelo processo de elaboração, até a comercialização dos vinhos. “O consumidor, quando estiver na gôndola de um supermercado, em uma loja de vinhos, ou na mesa de um restaurante, ao escolher um vinho com DO Vale dos Vinhedos, vai ter a tranquilidade e a garantia da qualidade do produto daquela garrafa”, ressalta o presidente.

Conceitos

Agora, a Aprovale estará intensificando seu trabalho de esclarecer e consolidar os conceitos de IG, IP e DO, que, por serem relativamente recentes no Brasil, ainda não são compreendidos pelo mercado consumidor. Na Europa, já estão internalizados pelos compradores por serem utilizados há séculos. Em uma linguagem simples e acessível, o Manual da Indicação Geográfica Vale dos Vinhedos — editado pela Aprovale — traz as regras da DO e os benefícios que o consumidor e a comunidade do Vale dos Vinhedos ganham com a certificação.

Produção

A produção do Vale dos Merlot Vinhedos varia entre 12 e 14 milhões de garrafas de vinhos finos por ano. Cada propriedade do Vale tem, em média, 2,5 hectares cultivados por videiras. Trata-se de vinícolas de pequeno porte, mantidas por famílias que cultivam vinhedos próprios e elaboram seus vinhos. Com isso, a prioridade é agregar valor ao produto em razão da qualidade, além de manter o homem no campo.

Com a concessão do primeiro registro de IG, em 2002, a produção da região aumentou cerca de 30%. Com a DO, a expectativa é crescer mais 10%, porém, a qualidade antecede a quantidade.

A Denominação de Origem Vale dos Vinhedos

O Vale dos Vinhedos é a primeira região com Denominação de Origem (DO) de vinhos no país. Sua norma estabelece que toda a produção de uvas e o processamento da bebida sejam realizados na região delimitada do Vale dos Vinhedos. A DO também apresenta regras de cultivo e de processamento mais restritas que as estabelecidas para a Indicação de Procedência (IP), em vigor até a obtenção do registro da DO.

Produção vitícola

  • As uvas devem ser totalmente produzidas na região delimitada pela IG e conduzidas em espaldeira.
  • A irrigação e o cultivo protegido não são autorizados. A colheita é feita manualmente.

Cultivares autorizadas

  • Tintas: Merlot, como cultivar emblemática. Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat, como variedades complementares.
  • Brancas: Chardonnay, como cultivar prin- cipal. Riesling Itálico, como variedade complementar.
  • Para espumantes (brancos e rosados): Chardonnay e/ou Pinot Noir, como variedades principais. Riesling Itálico, como variedade auxiliar.

Limites de produtividade

  • Para uvas tintas: 10 toneladas/ha ou 2,5 kg de uva por planta.
  • Para uvas brancas: 10 toneladas/ha ou 3 kg de uva por planta.
  • Para uvas a serem utilizadas na elaboração de espumantes: 12 toneladas/ha ou 4 kg de uva por planta.

Produtos autorizados

Vinhos tintos
  • Varietal Merlot: Mínimo de 85% da variedade.
  • Assemblage Tinto: Mínimo de 60% de Merlot, podendo ser complementado pelas demais variedades autorizadas.
  • A comercialização somente pode ser realizada após um período de 12 meses de envelhecimento.
Vinhos brancos
  • Varietal Chardonnay: Mínimo de 85% da variedade.
  • Assemblage Branco: Mínimo de 60% de Chardonnay, podendo ser complementado por Riesling Itálico.
  • A comercialização somente poderá ser realizada após um período de seis meses de envelhecimento.
Espumantes
  • Base Espumante: Mínimo de 60% de Chardonnay e/ou Pinot Noir, podendo ser complementado por Riesling Itálico.
  • Elaboração somente pelo “Método Tradicional” (Champenoise).
  • O processo deverá durar no mínimo nove meses.

Graduação alcoólica

  • Tintos: mínimo de 12%, em volume.
  • Brancos: mínimo de 11%, em volume.
  • Base espumante: máximo de 11,5%, em volume.

Outras normas

  • O espumante deve ser elaborado somente pelo “Método Tradicional”, com segunda fermentação em garrafa, que deve constar no rótulo principal, nas classificações “nature”, “extra-brut” e “brut”.
  • A chaptalização* e a concentração dos mostos não são permitidas. Em anos excepcionais, o Conselho Regulador da Aprovale poderá permitir o enriquecimento em até um grau.
  • Pode haver a passagem dos vinhos por barris de carvalho, não sendo autorizados “chips”e lascas ou pedaços de madeira.

Processo de rastreabilidade

A Aprovale possui um Conselho Regulador responsável pelo regulamento de uso da Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos. Cabe a este conselho fazer o controle e fiscalização dos padrões exigidos pela normativa da atual IP e da DO. O Conselho Regulador mantém cadastro atualizado das vinícolas solicitantes da certificação e utiliza informações do Cadastro Vitícola do Ministério da Agricultura, coordenado pela Embrapa Uva e Vinho, para determinar a origem da matéria-prima.

Para controle da certificação, são utilizadas as declarações de colheita de uva e de produtos elaborados, a partir das quais são retiradas as amostras para análises físico-químicas, organolépticas e testemunhais. Estas amostras são lacradas e codificadas. Esta sistemática permite a rastreabilidade dos produtos.

Padrões de identidade

Os produtos somente recebem o certificado após comprovada a origem da matéria-prima. 100% da uva deve ser procedente da área demarcada. Também precisam ser aprovados nas análises físico-químicas e na avaliação sensorial (degustação às cegas), realizada pelo Comitê de Degustação, composto por técnicos da Embrapa, técnicos de associados da Aprovale e da Associação Brasileira de Enologia.

Rotulagem

  • Os produtos engarrafados da DO são identificados no rótulo principal e no contrarrótulo.
  • Os vinhos tranquilos podem identificar a safra e as variedades.
  • Os espumantes devem utilizar a expressão “Método Tradicional”.
  • Para o contrarrótulo, além das informações estabelecidas pela legislação brasileira, os espumantes podem identificar as variedades utilizadas, o tempo de contato com as borras e o ano de dégorgement**.
  • É obrigatório o uso da numeração de controle sequencial.

 

 

Informações
Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos – APROVALE
Endereço: Rua Dávile Sandrin, S/N | Cidade: Bento Gonçalves/RS | CEP: 95.700-000
Telefone: +55 54 3451-9601
Site: www.valedosvinhedos.com.br
Email: faleconosco@valedosvinhedos.com.br

 

Fonte: A Lavoura Nº 696/2013

Arroz do Litoral Norte Gaúcho

A partir da década de 1970, o arroz do Litoral Gaúcho começou a ser vendido para vários estados brasileiros e a ter sua alta qualidade reconhecida pelo País.

Primeira região brasileira a receber Denominação de Origem (DO), o Litoral Norte Gaúcho apresenta características climáticas determinantes sobre a lavoura de arroz irrigado ali produzido. A região abrange 12 municípios, localizados em uma península com cerca de 300 quilômetros de extensão, no litoral do Rio Grande do Sul, entre o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos.

Essa estreita faixa de terra, entre grandes massas de água, está sujeita a ventos constantes (nordeste), que proporcionam um equilíbrio térmico e um ambiente diferenciado, determinantes da qualidade do arroz produzido na região e fundamental para a existência da DO.

A vinculação do produto ao meio ambiente é uma condição para a chancela da DO. É o chamado “efeito terroir”, termo comum na França, em especial quando relacionado aos vinhos. As características únicas do arroz cultivado no litoral do Rio Grande do Sul são consequência do grande volume de água e da insolação durante a fase de maturação da planta. Pesquisas comprovam que a temperatura amena da região influencia diretamente no enchimento do grão, assim como o regime de ventos e a umidade do ar. A comprovação do terroir foi o requisito que faltava para a confirmação da Denominação de Origem.

Denominação de Origem /2010
Registro IG 200801 INPI
Área Geográfica Delimitada: 300 km2
Abrangência: 12 municípios (Balneário Pinhal, Capivari do Sul, Cidreira, Palmares do Sul, Mostarda, São José do Norte, Tavares e Tramandaí e parte dos municípios de Imbé, Osório, Santo Antonio da Patrulha e Viamão)

Grãos diferenciados

Os grãos de arroz formados neste ambiente apresentam melhor aparência devido à disposição das moléculas de amido ocorrer de forma mais uniforme durante o período de enchimento. Assim, formam-se grãos mais duros, transparentes e com maior vitricidade quando polidos. Tais características, valorizadas tanto pela indústria beneficiadora quanto pelos consumidores, resultam num grão com maior quantidade de amido, superior rendimento na panela e melhores características de cocção, garantindo um arroz “solto” e de fácil preparo.

Produzido em total harmonia com o meio ambiente, o arroz do litoral Norte Gaúcho agrega modernas práticas da sustentabilidade ambiental, social e econômica. Os produtores devem obter licenciamentos ambientais, racionalizar o uso de água nas lavouras, controlar o uso de defensivos agrícolas e utilizar apenas sementes certificadas. Além disso, há necessidade de se registrar e controlar todas as etapas da produção, possibilitando a rastreabilidade completa do produto, da lavoura ao prato do consumidor.

Controle de toda a cadeia

A Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Aproarroz), por meio do Conselho Regulador, controla desde a produção, beneficiamento, até o produto final para o consumo. O objetivo é agregar valor, não só para os agentes envolvidos na cadeia produtiva, através da implementação de processos, mas para o próprio consumidor, que terá acesso a um produto com garantia de origem e qualidade. Já a sustentabilidade envolve uma série de fatores, desde a pesquisa e produção, passando pelo desenvolvimento de ações que promovam a organização e preservação do meio ambiente, até o estímulo e promoção do potencial turístico da região e o aprimoramento sociocultural dos associados, seus familiares e da própria comunidade.

Cosméticos são nicho de mercado

Segundo o presidente da Aproarroz, Clovis Terra Machado dos Santos, a Indicação Geográfica só desempenhará seu poderoso papel de instrumento de agregação de valor quando o consumidor conhecer e desejar o arroz certificado. Para isso, é fundamental investimentos em divulgação. Para a associação, são necessárias várias ferramentas de apoio ao desenvolvimento das IGs, entre elas, políticas públicas, incentivos e novas tecnologias para o desenvolvimento de matéria-prima que atenda à indústria de cosméticos e de produtos farmacêuticos. Ele lembra que a indústria cosmética usa substâncias extraídas do arroz para a produção de pós, talcos, perfumes e cremes, como as grifes japonesas Shiseido e Kenzo, que, cada vez mais, retiram do arroz insumos para seus produtos. Do arroz também é extraída a hydrolat, substância rica em amino-ácidos e açúcares, que estimula a síntese do colágeno. Da casca do arroz, foi isolada uma substância eficiente como filtro solar, orgânico e antialérgico.

Difusão de conhecimento

É também objetivo da Aproarroz a permanente qualificação dos produtores das regiões certificadas e as comunidades do entorno, através da disseminação do conhecimento e dos objetivos da certificação. Para tanto, são realizados seminários e palestras, bem como prestada assessoria direta aos produtores e suas famílias, através da transferência de tecnologia e conhecimentos. A associação entende que a valorização dos recursos humanos é elemento essencial para o sucesso da Indicação Geográfica e a consequente fixação do homem

Em amarelo, área delimitada para o plantio do arroz, que possui grãos mais duros e transparentes no campo. A fim de incluir a cultura da IG na educação, são sugeridos programas de ensino escolar que mostrem a sua importância para a região, suas responsabilidades e benefícios sociais, ambientais e econômicos.

Um pouco de história

Entre 1936 e 1937 italianos, alemães e lavradores da região começaram a produzir o arroz no Litoral Norte Gaúcho, propiciando uma miscigenação de povos e culturas.

A lavoura, que já nasceu comercial, facilitou o desenvolvimento daquela região, transformando-a em grande produtora de arroz.

Novas tecnologias, implementadas a partir dos anos 1970, impulsionaram a produtividade e o cereal passou a ser comercializado também em diversos estados brasileiros.

A partir daí, a qualidade do arroz do Litoral Norte Gaúcho começou a ser reconhecida e apreciada por consumidores de todo o país. Por isso, obtém preços superiores aos de outras regiões produtoras do cereal.

As Indicações Geográficas contribuem para o resgate da cultura e do saber fazer, na agricultura, na gastronomia, na produção artesanal, perpetuando o conhecimento. Além disso, seus benefícios estão também intimamente ligados aos cuidados com meio ambiente, isto porque a rastreabilidade e a educação, fatores intrínsecos ao processo, obrigam a adoção de práticas de produção ambientalmente corretas.

 

 

informações
 Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Aproarroz)
Telefone: (51) 9977 6366
Site: www.aproarroz.com.br

 

Fonte: A Lavoura Nº 695/2013